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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Vou de táxi ...

Ainda menina deitava-se sobre o tapete e sua predominância verde. Lembra-se dos estrangeiros que foram vender o tapete , belo tapete , aos seus pais. Diante da imensa estante de madeira escura, senta-se e com uma mão a mexer nos seus cachinhos , pensa qual disco (sim , disco) irá tocar.
O dia abre-se em belo azul e amarelo sol.
Mas lá , na sua grande sala , moram coisas melhores . Deitava-se sobre o tapete e assim eram suas tardes verdes , enquanto lá fora azul e amarelo .
Havia as preferidas canções e pra cada uma uma dancinha.
Hoje era dia de "Vou de táxi"... nunca havia andado em um , tentava imaginar se o cheiro seria igual ao do carro de seus pais . Como seria a sensação ? Pra ela o táxi nada mais era que um banco móvel que caminhava pela cidade escolhendo pessoas pra dar carona . Mal imaginava que ele era pago ...na cabecinha com cachos , era uma mera gentileza que a vida oferecia . "A vida deve ser mesmo boa quando você está tão radiante,tão acesa , que todos os táxis querem te dar carona" - pensara numa tarde não tão azul .
Nesta tarde meio cinza , colou a cabecinha no vidro , enquanto ouvia a mesma canção a rodar na vitrola e , enquanto fitava seu cão que , entediado com o cinza , bufava num canto , pensou : "O amor deve vir dentro de um táxi".
E assim ficou este pensamento... ela a esperar pelo táxi que fosse lhe oferecer a carona e junto o amor da vida.
Não , não seria o motorista . Aliás , o táxi tinha motorista ? Não era um serviço automático e inteligente que se auto controlava ?
Pra ela o amor seria assim : um táxi , um verde táxi ...sem motorista , vagando pela cidade a busca de quem estivesse feliz e radiante em busca apenas de uma carona .
A porta se abriria , e ...
Suspirou ... Perdeu-se na água que corria pela parede de fora e ouviu "Oceano" ...

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto muito de um poema de Henry W. Longfellow; minha parte favorita dele, as suas primeiras palavras.
"All are architects of Fate."

Lendo as tuas lembranças nesse conto, me lembrei dessas palavras, tão fortes e resolutas como lógica de criança... acho melhor pensar em Destino como algo mutável, na nossa mão, em cada pequena coisa do dia a dia... todos fazemos o caminho de todos.

Em cada esquina, em cada corredor, cada porta e janela que se abre, existe um 'táxi' da felicidade pra todos nós, acho. Que muitos apareçam ainda, e que tu reconheças sempre quando vierem.

Beautifully done... offer still stands if you want to talk. Congrats again!

Marcos Sousa disse...

Como disse no comentário do outro poema, palavras de elogio só desmerecem a grandiosidade de seu talento. Suas palavras caminham deliciosas e só a admiração por elas pode projetar na alma um sentimento e um palpitar que a enobrece, e eleva os sentidos a um estágio inebriante, esse sim, fica sendo meu elogio, a certeza que mecheu com meu espírito de poeta. Abraço.